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Gestão de custos II

  • Foto do escritor:  Tânia Paes
    Tânia Paes
  • 27 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Em nosso último post falamos sobre como alianças entre integrantes da cadeia de suprimentos vêm ajudando micro e pequenos empreendedores a realizar gestão de custos em meio à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.


Em momentos de crise, não importa o que a tenha provocado, a demanda por novos produtos ou serviços cai. Se cai a demanda, cai a produção. Custos variáveis acompanham a produção. Se jornadas de funcionamento de máquinas e equipamentos foram reduzidas, obviamente a conta de energia elétrica será menor. Mas nada abala os custos fixos por um bom período. O maior erro a ser cometido é tentar transferir o que for perdido com a redução da produção ou a totalidade dos custos fixos aos preços dos produtos ou serviços. Especialistas denominam este processo como “espiral da morte”:

  • Diminui a produção, aumenta o custo => se o custo aumentou, você repassa o aumento de custo ao preço de venda => se você aumenta o preço de venda, vende menos => como você vende menos, aumenta o custo.

O bom senso orienta que, nesses casos, você deve tentar arcar com o que for possível do custo fixo e não o repassar aos preços. A definição de preço precisa levar em conta mais uma variável fundamental além dos custos: o mercado.


Se seu cliente parar de comprar, fecha o negócio.

Outros erros comuns a serem evitados:

1. Permitir que o custo da empresa se confunda com despesas dos sócios, produzindo informações imprecisas e dificultando a tomada de decisão.


2. Falta de comunicação entre as áreas da empresa. À medida que a empresa vai crescendo, esta vigilância deve se intensificar.


3. Não considerar o pró-labore dos sócios como custo. E a definição do pró-labore precisa ser criteriosa. O valor a ser considerado é aquele pelo qual um profissional aceitaria ser contratado para desempenhar a função do sócio com o mesmo nível de eficiência.


4. Permitir que um produto subsidie outro, sem uma estratégia previamente definida e treinada. Exemplo: O varejo promove produtos que geram muito tráfego; fraldas são um ótimo exemplo. O ideal é que as fraldas permaneçam expostas nas prateleiras do fundo da loja. A estratégia é que, para chegar ao produto com margem muito baixa ou até margem zero, o cliente percorra toda a loja e, com isso, compre outros produtos. O ERRO seria expor a fralda na porta da loja.


5. Estabelecer markup ou margem sem critério, sem pesquisar o mercado e sem promover internamente o entendimento necessário sobre a metodologia utilizada para apuração de custos e margens. Quando os profissionais envolvidos na comercialização de produtos e serviços entendem o valor cobrado, e por que ele foi definido nesse patamar, colaboram muito mais.


6. Não levar em conta o retorno do investimento dos sócios. Exemplo: Se o imóvel que sedia a empresa pertence ao sócio, há duas alternativas: estabelecer um valor a ser pago pelo aluguel ou remunerar o capital do sócio investido na empresa sob a forma do imóvel cedido (valor do imóvel multiplicado pela taxa de juros de mercado). Isso mensalmente. Atenção: A empresa pode não desembolsar este valor, mas tem que apropriá-lo como custo e considerá-lo na formação de preço.


Gestão de custos é tema muito rico e de importância crucial para empreendedores de todos os portes. Muitos ainda se perdem em meio a tantas informações. Mas é exatamente este o objetivo da Legere: descomplicar as finanças para você.


Apenas para você entender o quanto a gestão de custos é essencial, finalizamos com duas frases de profissionais que dedicaram a vida a estudar processos produtivos:


"O que não é medido não pode ser gerenciado." (William Edwards Deming)
"Custos não existem para serem calculados. Custos existem para serem reduzidos." (Taiichi Ohno)
 
 
 

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