Planejando o fluxo de caixa
- Tânia Paes
- 26 de set. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de out. de 2018

Você já definiu quanto a empresa precisa vender. Também já sabe quanto vai custar realizar essas vendas, entregando valor aos clientes. Essas são duas etapas do planejamento financeiro. Chegamos à terceira: planejar o resultado de caixa.
Quando o nível de incerteza é alto, como o que vivemos no país hoje, é preciso definir três cenários para o resultado de caixa: o mais provável, o otimista e o pessimista. Isto se chama análise de sensibilidade.
Você se lembra do que falamos sobre custos variáveis? Investimentos em estoques, custos de mão de obra... Eles serão ajustados para mais ou para menos com base na análise de sensibilidade. Diante de uma projeção otimista, investiremos um pouco mais. Caso as projeções não sejam boas, a projeção de custo também será menor.
Momento de definição
Este é o momento em que o conceito de valor do dinheiro no tempo é mais importante para o planejamento financeiro. É a hora de definir se venderemos somente à vista ou também a prazo, e em que prazo, e se o cliente poderá parcelar o valor da compra. Este é o prazo de recebimento.
O mesmo vale para nossos fornecedores. Em quanto tempo pagaremos? Trinta dias? Em parcelas? Este é o prazo de pagamento.
A diferença entre esses dois fluxos – o de recebimentos e o de pagamentos – definirá a necessidade de capital de giro. Se a empresa conta com recursos próprios suficientes para cobrir o giro, ótimo. Se não conta, precisará recorrer a financiamento externo.
Tudo isto precisa ser definido o quanto antes. Com planejamento o empresário evita contratar empréstimos desnecessários e, caso seja realmente impossível não recorrer a financiamentos externos, ele terá tempo e tranquilidade para negociar as melhores taxas.
Mas antes de correr para o banco pare um pouco e analise com cuidado a sua empresa. Muitas vezes, os recursos estão lá, basta procurar.
Quanto cada sócio recebe pelo trabalho na empresa? É realmente a empresa que precisa de empréstimo ou o sócio?
A empresa tem bens que possam ser vendidos? Imóveis, veículos ou outros bens que pertençam à empresa ou aos seus sócios podem ser colocados à venda para aportar capital – os sócios investem na empresa para obter lucros futuros com a operação.
A empresa vende boa parte de seus produtos ou serviços a prazo. Nesse caso, o dinheiro demora um pouco mais a entrar e o ciclo financeiro fica descasado. Podemos estudar um desconto para estimular as compras à vista, que representam dinheiro imediato, desde que o impacto do desconto seja menor do que o de contratar um financiamento externo, por exemplo.
Os fornecedores aceitam negociar prazos de pagamentos maiores?
Os fornecedores aceitam trabalhar com estoques consignados?
Depois de avaliar todas essas possibilidades, caso o resultado ainda não seja suficiente para gerar excedente de caixa, aí sim você terá que recorrer ao financiamento bancário, consultando vários produtos em diferentes instituições financeiras, em busca por menores custos.
Mas que fique bem claro: o maior benefício do planejamento financeiro é evitar recorrer a financiamentos em curto prazo. Esta é hora da verdade. É provável que você precise tomar decisões duras, como cortar custos e reduzir honorários dos sócios. Mas isto pode evitar o endividamento e garantir a sobrevivência saudável de sua empresa.
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