Solidez financeira leva a grandes conquistas
- Tânia Paes
- 27 de nov. de 2019
- 2 min de leitura

“As condições financeiras estão postas: a reforma administrativa já fez este dever de casa.” – Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo.
Depois de mais de 30 anos sem conquistas internacionais importantes, o Clube de Regatas do Flamengo encerra 2019 com pelo menos 3 títulos, e grande possibilidade de um quarto.
Mas para fechar 2019 com tantas conquistas, o trabalho teve que começar muito antes. Foram necessários pelo menos 4 anos de trabalho árduo, envolvendo mudanças de conduta e revisão de práticas administrativas e financeiras. Nas palavras do ex-presidente do Clube, Eduardo Bandeira de Mello, ao assumir a presidência em 2015, “era necessário o resgate de passivo ético e moral”.
E foi Bandeira de Mello que abriu o caminho para os títulos, acreditando que o resultado no futebol está associado à solidez financeira.
A empresa de consultoria contratada diagnosticou:
Quatro meses de salários em atraso.
Demonstrativos financeiros com números não confiáveis.
Dívidas no patamar de R$700 milhões, que representavam, à época, 3,7 vezes o faturamento anual do Clube.
Perfil da dívida – mais de 60% vencida e de curto prazo.
Fluxo de caixa anual projetando resultado negativo em R$300 milhões.
Identificado o drama. Providências adotadas:
Diretriz da presidência: “Adequar o dinheiro que entra com o que sai.”
Negociar com credores para adequar a dívida a prazos mais longos.
Renegociar com autoridades legislativas para que as pesadas multas por dívidas de apropriações indébitas (recolhimento na fonte de INSS, FGTS e IR não repassado aos órgãos de controle) fossem convertidas em investimentos sociais.
Regularizar a situação fiscal (quitação de dívida tributária) para que o Clube voltasse a emitir as chamadas certidões negativas de débito e, com isso, recuperar os contratos de patrocínio com sociedades de economia mista.
Renegociar contratos com cláusula de compromisso com resultados – direitos de transmissão por emissoras de televisão, fornecimento de material esportivo.
Investir em produtos com maior potencial de receita – Sócio-Torcedor.
Destinar o tratamento correto ao ativo imobilizado – em parceira com o setor imobiliário, o prédio do Morro da Viúva, que havia sido invadido e representava apenas riscos, foi recuperado e transformou-se em fonte de receita.
Investir na base – alto índice de retorno.
Dotar a administração do Clube de excelência em gestão.
O faturamento do Clube fechou o ano de 2018 em R$538 milhões, permitindo alto nível de investimento no futebol profissional. O retorno em 2019 ainda não tem estimativa concreta.
Conclusão: Qualquer resultado empresarial está associado à solidez financeira. Somente mediante critérios de responsabilidade, boas práticas em finanças e governança o resultado aparece e perpetua-se. Parabéns Flamengo!
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