Os micro e pequenos empresários sofrem muito na hora de contratar crédito. Bancos comerciais não oferecem linhas de crédito específicas para negócios deste porte. Até mesmo o BNDES parece ignorar a importância desse segmento para a economia do país.
Mas os juros absurdos para empreendimentos de pequeno porte podem estar com os dias contados. O Governo Federal, por intermédio do Banco Central, parece finalmente ter percebido o óbvio: que a concentração bancária no Brasil é absurda e que os juros do cartão de crédito e cheque especial – 340% ao ano – podem ser considerados agiotagem. Diante desta constatação, surgiram com uma alternativa, sancionando a lei que criou a Empresa Simples de Crédito (ESC).
Estas empresas deverão habilitar-se a oferecer financiamentos e empréstimos exclusivamente para microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas (MPE), com operações locais. Ou seja, pequenos empresários – a ESC poderá ter faturamento anual máximo de R$4,8 milhões – emprestarão dinheiro a pequenos empresários.
A expectativa é de que os juros caiam à medida que bancos e fintechs (bancos digitais) tenham mais concorrência.
Os pequenos empresários devem ser beneficiados com a nova opção. Pelo menos é isto que se espera.
Para segurança de ambos, quem empresta dinheiro e quem contrata o empréstimo, as taxas de juros só serão menores se a empresa que empresta identificar baixo risco de não receber o que emprestou. E, para isto, a empresa que precisa de crédito deverá ter o mínimo de organização em sua gestão financeira.
A velha receita de sempre ganha ainda mais valor agora:
- Separar as finanças pessoais das finanças da empresa.
- Ter um planejamento claro de sua necessidade de caixa. De quanto precisa, por quanto tempo precisa e de onde virão os recursos para quitar o empréstimo.
- Apresentar, de modo convincente, como transformar seu ciclo financeiro de caixa de negativo para positivo.
- Demonstrar que você não confunde saldo de caixa com lucro.
- Provar que os preços que você pratica são suficientes para que você venda com lucro.
Não basta mais uma opção de oferta de crédito no mercado para baixar juros. A demonstração de que pequenos empresários mantêm a gestão financeira de seus negócios continuará sendo o elemento mais importante para que tenham acesso à nova oferta de crédito a taxas mais justas.
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