Quem tem medo de cartão de crédito?
- Tânia Paes
- 18 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de jul. de 2018

Seu cartão de crédito pode ser um importante aliado ou um terrível inimigo. Tudo depende de como você o utiliza em seu dia a dia. Para 20% das pessoas que têm cartão de crédito, é provável que ele tenha se transformado em um grande pesadelo.
Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) identificou que um em cada cinco brasileiros que possuem cartão de crédito utilizam o meio de pagamento como extensão da própria renda. Isso significa que esses usuários somam o limite de seus cartões ao valor de seus salários e acreditam que podem dispor deste total de recursos para passar o mês.
Se o seu salário só chega até o dia 20, do dia 21 em diante você paga tudo no cartão, certo? Não. Não poderia estar mais incorreto. Esta é a receita perfeita para a ruína financeira. Utilizar o cartão desta forma leva inevitavelmente ao endividamento. O cliente perde o domínio de o que seu salário suporta pagar. Ou seja, deixa de utilizar a função inteligente do cartão, que é ser um instrumento de controle de despesas.
Evite as dívidas e use o cartão de forma inteligente
Usar o cartão de crédito de maneira inteligente permite:
1 – Concentrar as compras em uma única conta a ser paga no dia do mês mais conveniente ao fluxo de caixa do usuário.
2 – Aumentar o prazo de pagamento das compras para aguardar novos recebimentos ou para manter o dinheiro aplicado por mais algum tempo.
3 – Parcelar compras de valor mais significativo sem juros.
Quando vai alugar um imóvel ou matricular os filhos em um colégio particular, a pessoa avalia que montante do seu salário pode ser comprometido com aquela despesa. Senão não vai sobrar para os demais compromissos. Com o cartão de crédito é exatamente a mesma coisa; pergunte-se "qual valor de fatura meu salário/honorário suporta pagar?".
Fique atento às informações
Ouvi recentemente o relato de um amigo de que sua esposa se espanta todos os meses com o valor que lhe é cobrado na fatura do cartão. Sendo que só quem usa o cartão é ela própria.
Novas regras para o pagamento das faturas de cartão de crédito entraram em vigor em abril deste ano. Não é mais permitido ao usuário pagar o valor mínimo pelo segundo mês consecutivo. Caso o cliente não consiga pagar a fatura total pelo segundo mês seguido o banco deverá abordar o cliente e oferecer-lhe crédito mais barato.
Este é um ponto importantíssimo. Caso você se veja diante de uma necessidade básica a ser atendida ou emergência, procure nos agentes financeiros uma forma de crédito mais barata. O cartão de crédito continua sendo a mais cara, não se iluda!!!
As operadoras de cartão e bancos não perdem nada com as mudanças implementadas; apenas ficam obrigados a colaborar na educação financeira de seus clientes. Se concordaram com as novas regras é porque o índice de inadimplência é alto. Muito dinheiro está ficando na mesa. O resultado de seus negócios está sendo prejudicado. Já vinham sendo obrigados a renegociar dívidas com um volume muito significativo de clientes, oferecendo descontos nos juros cobrados, diante do risco de não receber nada.
54% dos gastos realizados com cartão de crédito são para comprar roupas, calçados e acessórios.
Aí entra outro ponto interessante bastante discutido nas diversas palestras durante a Semana Nacional de Educação Financeira: o que significa o primeiro chope? O primeiro par de sapatos? Resposta: necessidade.
Pessoal, chope mata a sede também.
O que significa o segundo chope? O segundo par de sapatos? Resposta: desejo, satisfação.
O que significa o terceiro chope? O terceiro par de sapatos? Resposta: desperdício.
É no segundo item que entra a linha divisória da educação financeira. É a partir dele que o limite a ser gasto com os cartões costuma ser excedido. O que poderia ser facilmente contornado, considerando que desejo e satisfação podem ser adiados. Basta autocontrole.
E é no terceiro item que vem o espanto ao receber a fatura: “Eu comprei isso mesmo?!”
Atenção empresários: 41% dos consumidores já deixaram de fazer compras em estabelecimentos que não aceitam cartão de crédito. Olho vivo!
Sabendo negociar com o banco uma taxa não abusiva, que caiba dentro da margem de lucro do seu produto ou serviço, o cartão de crédito é uma importante ferramenta para aumentar vendas, atrair clientes.
Mas vale reforçar: a taxa paga ao agente financeiro para poder comercializar com cartões de crédito ou até de débito tem que ser considerada na formação do preço de venda de seu produto ou serviço. Do contrário, você atrairá clientes, mas entregará o lucro destes clientes ao seu sócio – o banco.
Quer conversar mais sobre este assunto? Leu a pesquisa e não entendeu algum outro ponto importante? Mande seu comentário ou dúvida para nós tania.paes@legereempresarial.com.br
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