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  • Foto do escritor Tânia Paes

Quem orienta você para fazer investimentos?


Pesquisa recente da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) revela que 41% dos brasileiros buscam no gerente de banco as orientações sobre em que produtos devem aplicar o dinheiro que não vão usar no momento.


Resultado da pesquisa

Onde a população brasileira que investe em produtos financeiros busca informações sobre investimentos ?


População brasileira que investe em produtos financeiros 42%

Presencialmente, com o gerente ou corretor de investimento 41%

Amigos/parentes 33%

Sites de notícias 29%

Consultoria de investimentos 17%

Aplicativos de corretoras 11%

Blogs e fóruns de investimento 9%

Outros meios de comunicação (rádio, TV, jornal impresso) 3%

Não busca informações 5%

(Fonte: ANBIMA/Datafolha - http://www.anbima.com.br/)

Há dois pontos que precisam ser observados pelo investidor, independentemente de o investimento ser feito como pessoa física, usando o CPF, ou como pessoa jurídica, usando o CNPJ.


Primeiro: o gerente ou corretor é remunerado pela instituição financeira em que trabalha. Ele terá liberdade para orientá-lo sobre a melhor aplicação para você, sem que esta seja a melhor aplicação para o banco que paga o salário dele? Pouco provável, concorda? É uma questão de sobrevivência. Se os clientes não aplicarem no produto interessante para o banco, provavelmente o gerente, que é cobrado por produtividade, vai perder o emprego.


Segundo: quando o investidor se informa sobre o produto mais adequado para seu perfil antes de buscar o gerente do banco, ele tem melhores condições de opinar e questionar aspectos fundamentais sobre os produtos sugeridos.


Fique atento!


Alguns aspectos importantes que precisam ser definidos antes de procurar a instituição financeira para investir:

  • Que valor você pode aplicar inicialmente e por quanto tempo você vai poder ficar sem mexer nesta aplicação? Qual é o prazo de que você dispõe?

Aplicações por prazo mais longo compromissado tendem a apresentar rentabilidade maior do que aquelas que você pode sacar a qualquer momento.

  • Você pode e aceita correr risco de perder tudo o que investiu em detrimento de ganhar muito?

Se você comprar ações, o valor delas pode cair muito e até chegar a zero. Este é o pior cenário. Você perdeu tudo. No entanto, podem se multiplicar muitas vezes. Você vai ganhar muito dinheiro.

  • Quais as taxas incidentes sobre a aplicação? Além do imposto de renda os bancos cobram taxas de administração nos fundos de investimento. Cuidado aqui! Os juros caíram; portanto, a taxa de administração deve ser compatível com a rentabilidade esperada pelo fundo. Tomemos como referencial um Fundo de Renda Fixa com taxa de administração de 0,1%. Se existe um produto que cobra 0,1% de taxa de administração, por que você vai pagar 3%? Em que um produto difere do outro para apresentar esta diferença?

  • O produto que está sendo oferecido a você está coberto pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito?

Este é um ponto importante e que causa muita confusão. A garantia de que trata o FGC abrange os títulos emitidos por cada instituição financeira individualmente. E os bancos costumam oferecer produtos de diferentes emissores.


Digamos que você procura o Banco ABC. Nele você contrata um CDB (Certificado de Depósito Bancário) emitido pelo Banco Alfa e uma LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) emitida pelo Banco Beta. Desde que esses dois bancos emissores não façam parte do mesmo conglomerado financeiro o FGC garantirá a você R$250 mil por cada um dos produtos, caso um ou ambos os bancos venham a quebrar.


Este é outro aspecto importante: a proteção financeira assegurada pelo FGC é contra a quebra das instituições, e não uma garantia de retorno do investimento. Poucos investidores prestaram atenção também ao fato de que os fundos de investimento, incluindo os fundos de previdência VGBL e PGBL, não são cobertos pelo FGC.

  • E já que falamos de fundo de previdência privada, vamos esclarecer um outro ponto. Estes fundos apresentam características peculiares que só os tornam interessantes em termos de rentabilidade para aplicações por períodos superiores a 10 anos.

Alta taxa de administração, taxa de carregamento na entrada, taxa de carregamento na saída, legislação específica para direcionamento do patrimônio do fundo...


Pessoas com mais 60 anos já se encontram em um momento na vida de usufruir dos resultados de seus investimentos, sem ter que aguardar mais de uma década para isto. Sendo assim, não faz sentido o gerente de banco sugerir que uma pessoa dessa faixa etária contrate um VGBL. A menos, é claro, que seja o desejo do investidor deixar uma aplicação para ser resgatada em caso de falecimento, por um favorecido indicado por ele, sem que este valor tenha que ser incluído no inventário.

E há um último ponto sobre o qual todos evitam falar: poupança.


Evitam porque só nos resta aconselhá-lo que fuja dela. Se você não tem tempo, não quer procurar alguém para orientá-lo ou não sabe com quem se aconselhar, porque teme que o interesse dessa pessoa não seja o mesmo que o seu – multiplicar seu patrimônio da forma mais segura ou correndo riscos calculados –, aplique no Tesouro Direto LFT (Letra Financeira do Tesouro Nacional).



Mas se você estiver bem informado, não importa a instituição que você irá escolher, se seu atendimento será presencial ou virtual, se banco ou corretora. Apenas fuja da tentação de quem lhe prometer retornos excepcionais sem risco. Isso não existe!

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